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7 insights aprendidos com Michel Alcoforado, antropólogo que Faz Chover  em consumo e comportamento

julho 1, 2020
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O convidado da Live #FazChover dessa semana foi o Michel Alcoforado, antropólogo.Phd, especializado em consumo e comportamento. Na live, ele apresentou um panorama do mapeamento de tendências do mercado brasileiro, como o comportamento do consumidor, as transformações culturais entre as diferentes gerações e as tendências de futuro.

Separamos os 7 principais insights desse bate-papo. Confira a seguir e depois, caso tenha perdido essa live, assista a gravação no nosso perfil no Instagram.

1. Antropologia é boa demais para ficar presa nos departamentos de antropologia

Para Michel Alcoforado, o mercado precisava saber o que o antropólogo fazia. O antropólogo está preocupado com duas coisas: trazer novos pontos de vista e com o porquê das pessoas comprarem, se comportarem de determinada forma e se relacionarem com o mundo.

2. A tecnologia impacta diretamente a cultura

A gente avançou tanto nos últimos tempos que começamos a perder nosso ponto de vista e não pararmos para ver como tínhamos de fato avançado. Tudo que a gente inventa precisa ser absorvido pela cultura e também irá transformá-la. Não podemos deixar de olhar os impactos negativos dessas mudanças para que elas sejam cada vez mais efetivas e boas para todo mundo. Esse é um ponto decisivo na economia colaborativa. Alguém do outro lado pode estar sofrendo com os impactos de consumo. Não existe empresa de tecnologia. Todas elas causam impacto social, positivo e negativo. E não podemos nos esquecer dos negativos.

3. O ecossistema de startup é ponto fundamental na aceleração do tempo

Ao mesmo tempo em que ele é o mais adaptado para os tempos que a gente vive, ele é um fomentador dessa aceleração do tempo. O ecossistema de startup é fruto desse capitalismo que foi se estruturando a partir da 4ª revolução industrial. Uma startup resolve uma dor, com menos custo e de forma mais rápida. Estamos fazendo mais coisas dentro da mesma unidade de tempo, usando a tecnologia como aceleradora do tempo. E isso gera um ritmo acelerado para a sociedade. Na medida em que o tempo corre cada vez mais rápido, a transformação do mundo também corre cada vez mais acelerada. Em uma pesquisa que o Michel fez, as pessoas ficaram desesperadas porque não sabiam se ainda faziam sentido pro mundo. A gente vale muito e deixa de valer muito rápido. O grande ponto é que no processo de acompanhar as mudanças a gente tem que deixar tudo para trás. E o principal sentimento é culpa por não ter um padrão de vida. O apego ao padrão não deixa que a gente se adapte, por exemplos. Os israelenses não tem apego a nada. Eles são um grande MVP. Não têm nem jardim em casa, mas eles se auto conhecem muito bem e acham que podem fazer qualquer coisa.

4. Não é hora pra ter certeza, é hora para apostar

É necessário cada vez mais trabalhar a horizontalidade. A transdisciplinaridade é importante, mas a transgeracionalidade é ainda mais. A diversidade é fundamental na atualidade. É preciso pensar em novos processos evolutivos. Todo mundo está perdido e essa é justamente a graça. Não vai dar pra apostar em apenas um futuro. Trabalhe essa ideia para que a sua tomada de decisão seja mais fácil. Em um momento de crise como esse, faça errado, mas faça alguma coisa. Não dá para ficar parado. Se não tiver bote para você, no mínimo toque o violino. Essa é a hora pra fazer, desde que seja pra errar, inclusive na vida pessoal. Não espera o momento para poder sair na rua. O agora é o novo normal.

5. Cada geração tem seus erros

A pandemia está sendo muito mais difícil para a Geração X. A tendência é que os mais jovens estejam mais adaptados, apesar das empresas não estarem preparadas para eles. Agora, a Geração Z, que inclui as pessoas nascidas a partir de 1995 até 2010, é muito pragmática e sempre esteve buscando atalhos. Mas o futuro e os atalhos foram tirados deles. Ninguém sabe se vai existir faculdade, por exemplo. É o momento de Champion x Challenger, de desafiar seu modelo campeão, como dizemos aqui na Organica.

6. Para o Brasil dar conta do futuro ele tem que dar conta do passado

40% das transações digitais no Brasil foram feitas por pessoas que nunca tinham comprado online. Sem dúvidas, o consumidor sai mais digitalizado dessa crise. Na china, por exemplo, eles digitalizaram até o dinheiro para plataforma digitais pós período da Sars. Agora, o nosso país precisa de materialidade, de Wi-fi e de 3G de qualidade. O Brasil ainda não está preparado para desmaterializar os consumidores. Ele não dá conta nem da base da pirâmide, que é a alfabetização funcional e quer a alfabetização digital?

7. Home office era a coisa mais desejada na classe trabalhadora, mas percebemos que não é tudo isso

Depois da pandemia, as pessoas irão querer trabalhar em um mix de home office e dias de trabalho no escritório. Estamos com saudade do contexto do trabalho e não das pessoas. No trabalho, a gente tinha outra identidade. Vamos valorizar o espaço do trabalho como um espaço do encontro. As conquistas de transporte público estão indo para o ralo. As pessoas vão voltar a querer comprar carros e muitas devem se mudar para o interior. As casas ganharam uma valorização gigantesca. Não há mais tanto sentido em morar em um apartamento novo de 30m², com vários benefícios no condomínio, sendo que não poderemos usá-los. São Paulo trazia diversas oportunidades de trabalho e uma vida cheia de diversão, mas isso já não faz mais tanto sentido.

Espero que tenha gostado dos insights de hoje. Se você perdeu a live com o Michel Alcoforado, clique aqui e assista no nosso Instagram. Ah, e não perca as Lives Jeito Organica, Faz Chover e Líderes Corajosos. Elas acontecem todas as segunda, terças e quintas-feiras, respectivamente, no Instagram da Organica. Aproveite para seguir a gente por lá e até mais!

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